Que oportunidade esta que vocês me deram…! Confesso que pensava que me fosse custar mais habituar a isto. Em poucas horas, senti-me em casa. E em família, como dizemos entre nós, voluntários. Esta foi a casa que escolhi durante estas semanas e, mesmo que esta não tenha sido a família escolhida por mim, não me podia ter calhado sorte maior. Não temos boa internet (nem nos 5 minutos em que a consigo apanhar por dia), não temos um bom colchão (não temos colchão, sequer), não podemos falar a nossa língua. Aqueles poucos minutos diários online servem para dizer aos meus que está tudo bem e que estou a adorar cada segundo; e, mesmo que o sítio em que durmamos não seja nada confortável, nem isso supera o sorriso com que tenho adormecido e acordado. E nem a falta de café que sinto (não sabem, mas por dia, tomava mais que uma mão cheia deles) supera a falta que disto vou sentir. Somos 7 voluntários; vim para a Polónia mas, para além dela, também levo comigo um bocadinho de Espanha, Itália, Rússia… “Porquê a Polónia?” Foi a pergunta que mais ouvi nos dias antes de chegar. Porque não?
Convosco, aprendi a não adiar os meus sonhos.
(Espero que esta não tenha sido das últimas vezes que falamos. Sei que não. Obrigada por tudo, por acompanharem e sobretudo por quererem acompanhar cada passo de quem, como eu, se aventura desta maneira. Todos deviam fazê-lo pelo menos uma vez na vida.).